Apanhando Papéis

A Vida por vezes é um caos, pior que a sua definição pela teoria matemática, que trata os sistemas complexos e dinâmicos rigorosamente deterministas, que representam o fenómeno da sensisibilidade às condições iniciais, que tornam a sua indeterminação matemática impossível no longo prazo; e se no quadrante da Vida adicionarmos o factor sentimentos então passamos de teorias complexas a teoremas hipercomolexos sem possibilidade de análise possível.

Existe um sentimento ao qual eu chamo de “ficar a apanhar papéis”, são raras as pessoas que Vida fizeram com que sentisse isto por elas, e dessas raras só um grupo muito restrito soube que senti isto por elas, hoje posso dizer que algumas dessas pessoas são as pessoas que me acompanham na grande maior parte dos assuntos pessoais da Vida, porque o facto de nos apaixonarmos por elas não quer dizer que as tenhamos que afastar só porque as coisas não foram correspondidas; uma das grandes virtudes da Vida é sabermos que de facto de se as pessoas não são felizes connosco então o nosso principal objectivo para elas deverá ser fazer com que essas mesmas pessoas sejam felizes com quem as faz mais felizes, e que com isso a sua felicidade seja um pouco a nossa felicidade; se de factos amamos e nos sentimos apaixonados por essas pessoas então devemos ter por máxima

“Se de facto amamos essa pessoa ela nunca será nossa propriedade e zelaremos pela sua felicidade”

isto sim será o verdadeiro significado de amar alguém. Como é claro temos sempre o livre arbítrio da Vida e temos sempre a hipótese de escolher a estrada que nos seja mais fácil de suportar, e digo-o com as certezas do conhecimento da sociedade de Hoje que a maioria escolhe o caminho de sair de cena da Vida do outro, por um simples facto, hoje as pessoas não suportam ver a felicidade no rosto dos outros, daqueles que outrora amaram; contudo há sempre um caminho mais difícil que pode ser percorrido e esse caminho não é para todos é só para os têm a capacidade de suportar alguma dor e conseguir fazer um trabalho mental que os permita separara as águas da Vida.

Costumo dizer por diversas vezes que tenho uma definição para as genuínas amizades que podem existir na Vida do Homem e essa definição é

Uma amizade é um amor sem paixão

agora também não posso mentir, manter uma relação de amizade com alguém por quem nos apaixonamos dá trabalho, dá muito trabalho em criar as ditas balizas, as ditas barreiras que sabemos que não podem ser ultrapassadas de maneira alguma porque se essas barreiras por algum motivo são transpostas, podemos fazer com que ao invés de construirmos pontes as estejamos a dinamitar, e tal como na engenharia civil, na Vida a situação é idêntica, o fenómeno de construir é lento e complexo, mas o fenómeno de destruir e dinamitar é extremamente rápidos e complexo de ser remediado.

A Vida por si própria é um fenomeno complexo de ser entendido, e a paixão, o amor e a amizade talvez sejam os fenómenos mais complicados de serem geridos pela cabeça e pelo coração humano; porque como dizem os argentinos, para dançar o Tango são precisos dois, um só não o dança. Talvez o que seja pior nesta matéria é que nunca sabemos o que vai na cabeça do outro que faz par no baralho.

Resumindo o sentimento de Apanhar Papéis é um sentimento que tem tanto de bom como tem de maléfico, porque quando as coisas dão para o positivo o sentimento é fanático quando as coisas dão para o negativo, as variáveis são mais que muitas e podem afectar muitos campos da Vida do Homem.

Na Vida não interessa a quantidade, interessa mais a intensidade e a qualidade com que estes momentos são vividos e o que fazemos apara que eles próprios sejam prolongados.

 

PS – Estimado leitor, bem sei que passaram quase dois meses desde a última vez que aqui publiquei o texto “Porque tenho orgulho em ser quem sou?” mas a disposição e as condições da Vida nos últimos tempos não foram as idílicas para que conseguisse escrever neste espaço, foram meses de reflexão em espaços mais privados e partilhados com quem de direito. Tentarei ser um pouco mais recorrente neste espaço num futuro próximo. No entanto fico grato por seguir este trabalho. Muito obrigado.

 

E tu como defines a Vida? Já estiveste a apanhar papéis?

Quais sãos as variáveis que escolherias se as coisas dessem para o torto?