Os receios da Vida …

Quanto custa esperar na Vida?

Devemos esperar pelas coisas que nos fazem felizes, com o reverso de passarmos mais tempo infelizes que contentes? Tudo na Vida tem os seus prós e os seus contras, incluso eu tenho os meus prós e os meus contras, talvez sejam mais os contras que os prós nesta minha Vida, contudo não o posso definir, porque a minha resposta está sempre claramente viciada pela minha cabeça.

Nos últimos dias tenho tentado manter a cabeça equilibrada, e dentro dos carris, mas não tem sido fácil, preciso de aprimorar o meu curso de guarda-freios para melhor a conduzir, vivo num isolamento do mundo que neste momento não me permite responder a todas as questões com a clareza que lhes é devida, e até mesmo o sorriso, esse desvaneceu-se do meu rosto, talvez seja cíclica a felicidade, uns dias estamos bem noutros estamos mal, mas se a Vida for assim então não temos outro remédio senão nos adaptamos a ela.

A minha vivência exige-me estabilidade e algo mais que não consigo alcançar. Caso disto é ter dois telemóveis que praticamente estão sempre disponíveis 24/7/365 mas, chamadas e mensagens nem vê-las, mas pronto vou dizendo que é a Vida que passa num ápice sem darmos conta. Continuo a não me conseguir divertir quando saio à noite para Lisboa sozinho, não tenho aquele à vontade que deveria ter com a minha idade, sinto falta de algo que não é controlável e quanto a isso nada posso fazer.

Viver numa esperança constante poder-nos-á matar tanto física como psicologicamente, mas certo é que tirando [a pessoa] não vejo esperança em mais ninguém e isso acaba por me incomodar, porque por certo não me quero acomodar, nem por base a quero magoar se as coisas não correrem bem, mas que poderei eu fazer, precisava de um sinal de algo que me dissesse se devo ou não avançar, e não apenas as palavras de quem me é próximo, não tarda fará um ano que esta história começou e acaba de vez, as coisas não fazem sentido, por tantas coisas que ocorrem, mas também não posso, não devo e principalmente porque estaria a correr o maior dos erros do Homem; não devo fazer com que a sua relação não prevaleça, mesmo sabendo de quase tudo o que se passa e que se vai passar, mesmo sabendo que [a pessoa] vai ficar magoada com o futuro que lhe está destinado, mas a promessa que tenho de nada revelar não pode ser quebrada, ou talvez seja ela um sinal de que eu deva fazer alguma coisa? Talvez dedique algum tempo a perceber toda esta questão.

Nas entrelinhas a cidade permanece num vale geológico, mas também num vale inacessível de sentimentos que são inóspitos, ou serei eu que os coloco como inóspitos?

Bem está frio e estou meio adoentado o melhor é ir para casa, porque não se pode tornar uma rotina depois do cinema sentar-me no parque a escrever no tablet para o vazio por não saber agora, se um dia público ou não este texto.

Por agora é tudo,

Texto adaptado do manuscrito originalmente redigido a 29 de Janeiro de 2018 às 02:16, sendo esta uma obra de ficção, qualquer semelhança com nomes, pessoas, factos ou situações da vida real terá sido mera coincidência.