O Fim …

Depois de terem passados quase quatro anos desde a criação deste blog, Hoje o projecto chega ao fim.

Sente-se o autor morto, desalmado e sem essência para continuar a escrever textos para este espaço. No fundo todos eles não têm a alma e a essência que se coadjuva na sociedade moderna; talvez o seu autor esteja desfasado daquilo que é a Vida real, não é uma hipótese descabida, mas é a hipótese mais plausível.

E porque chega o Palavra Por Palavras hoje a este primeiro seu fim?

Talvez porque não faça sentido, não desprezando aqueles que acompanharam o projecto ao longo destes anos, este espaço muitas das vezes serviu para dizer por outras palavras aquilo que o seu autor sentia, por certas e determinadas pessoas, ou pelo seu mundo envolvente; foi sempre livre das mais diversas ideologias, foram sempre apenas e só as visões mais particulares do seu autor.

“… milhares de linhas que são escritas e que nunca chegam aos seus destinatários, por medo, por vergonha, por ansiedade …”

O nosso percurso ao longo da vida vai definindo aquilo que nós somos e fazemos aos outros, aqueles que conhecemos e aos que ao de leve passam na nossa Vida. Talvez um dia, o autor deste pequeno, micro, espaço tenha a coragem de dizer, o porquê de ser assim; o porquê de ter mais perguntas na Vida do que respostas.

Na Vida que aporta e que segue o seu rumo, o autor deste espaço tenta zelar pela seu estrito código de honra, na sua pequena visão do que é o Mundo, mas sente-se cansado de tudo, e por isso, morto para a escrita. Mas a escrita não é apenas uma arte vã, é muito mais que isso, para que os outros possam desfrutar da escrita, o autor precisa de ter uma linha orientadora e precisa de ter algo mais que isso, precisa que o seu interior esteja preenchido com algumas peças essenciais. E quando essas peças do puzzle faltam é difícil ter-se tudo isto. E ao autor deste espaço faltam algumas destas peças.

Outrora, nos primórdios da sua criação este espaço servia, quase, como de terapia e para expressar muitas coisas que não podiam ser ditas, então os textos originais eram maquilhados e depois aqui eram publicados. Ainda Hoje, o autor imputa uma censura grande ao que nas folhas dispersas é escrito, nas centenas, senão mesmos, milhares de linhas que são escritas e que nunca chegam aos seus destinatários, por medo, por vergonha, por ansiedade, por tantos outros sentimentos diversos, talvez até mesmo por medo da sociedade.

Por agora, este é o fim deste pequeno espaço, dedicará o autor deste espaço mais tempo aos seus escritos privados ou, aos escritos, com um destinatário real ou imaginário.

Expresso assim o meu grato agradecimento a quem acompanhou este blog, certamente muito haveria para aqui continuar este espaço, Talvez um dia aqui volte.

Por agora é tudo,
Vasco Ferreira